A celebração do Orgulho (Pride) este ano surge numa altura crítica para a comunidade LGBTQI+ em muitas partes do mundo. Mais do que nunca, são necessárias vozes de apoio para fazer avançar a ambição das pessoas de viverem e trabalharem como o seu verdadeiro "eu", livres de discriminação e perseguição. Estes esforços devem ser parte integrante de uma estratégia com significado e eficaz da força de trabalho para promover a equidade, a diversidade, a inclusão e o sentido de pertença (EDI&B). Ao capacitar as pessoas para atingirem o seu verdadeiro potencial, as empresas libertam um enorme potencial para melhorar a satisfação dos profissionais e o desempenho empresarial.

Num ano em que a comunidade precisa efetivamente do apoio de todos os cantos da sociedade, os empregadores podem desempenhar um papel importante neste esforço, fomentando uma cultura empresarial centrada no EDI&B, promovendo práticas de emprego justas e equitativas e servindo de agentes de mudança para promover uma maior compreensão e tolerância em toda a sociedade.

Adoptar estas medidas importantes não é apenas a coisa certa a fazer, mas também serve um objectivo importante: melhorar o envolvimento dos talentos. O estudo Workmonitor 2023 da Randstad revelou que mais de metade dos profissionais inquiridos em todo o mundo deixariam o emprego se não tivessem um sentimento de pertença. Do mesmo modo, mais de 40% não aceitariam um emprego se os seus valores não estivessem alinhados com uma organização e 32% abandonariam um local de trabalho tóxico.

celebrar o orgulho pride nas organizações
celebrar o orgulho pride nas organizações

cinco ações a tomar agora

Para criar um ambiente positivo e estimulante para o talento LGBTQI+, bem como para pessoas de todas as origens, as empresas podem concentrar-se em cinco ações de impacto e que promovam a mudança. Estas ações irão acelerar as metas para um local de trabalho inclusivo e diversificado, ao mesmo tempo que promovem os valores organizacionais. À medida que a sua empresa se torna mais equitativa e inclusiva, também atrairá e reterá melhor as competências essenciais necessárias para impulsionar a inovação e a produtividade. Estas ações incluem:
 

1. Instile uma cultura de empatia. 

Atuar com empatia é a melhor forma de forjar uma cultura mais equitativa e inclusiva, e isto tem de ser incorporado na cultura geral da empresa. Todos os profissionais podem participar, quer em eventos relacionados com o Orgulho, quer nas redes sociais, ou simplesmente para demonstrar apoio com pequenos gestos. Através do diálogo e da partilha de experiências, ideias e conhecimentos, os colegas podem promover a compreensão e a empatia não só pelos membros da comunidade LGBTQI+, mas também por toda a organização. Vamos pôr isto em primeiro lugar.
 

2. Estabeleça os seus valores. 

A revisão das comunicações e políticas em toda a empresa oferece uma oportunidade para ser mais inclusivo e afirmativo. Quer se trate da linguagem utilizada nas comunicações internas com os profissionais ou de conteúdos destinados ao mercado, como anúncios de emprego, os documentos devem ser elaborados e revistos através de uma perspetiva equitativa e inclusiva. Este passo fundamental ajudará a transmitir uma mensagem consistente e reforçada de apoio à cultura da empresa.
 

3. Empoderar os grupos orientados para profissionais. 

Os grupos de recursos empresariais (BRGs) desempenham uma função importante para os profissionais. São redes de colegas unidos pela sua identidade, interesses, atividades profissionais ou outras considerações. Os que apoiam os membros LGBTQI+ ajudam a aumentar a consciencialização, defendem estratégias de EDI&B e fornecem vários recursos aos participantes, incluindo orientação e apoio no local de trabalho. Para além de criar coesão e proporcionar um canal de partilha, os BRGs também podem fornecer informações e feedback valiosos à administração, resultando em decisões empresariais informadas e direcionadas.
 

4. Manter atividades com impacto positivo ao longo do tempo. 

Todas as atividades relacionadas com o Orgulho devem ser significativas, sustentadas e reforçadas. Em vez de empregar uma estratégia que não se limite a assinalar uma caixa, considere mudanças permanentes que enriqueçam e inspirem a força de trabalho. Estas medidas não requerem investimentos significativos nem um longo período de tempo para serem adotadas. Os exemplos incluem a adição de pronomes às assinaturas de email ou a promoção de um grupo de recursos empresariais do Orgulho.
 

5. Criar visibilidade através de modelos a seguir.

Crie oportunidades para que indivíduos de todos os níveis da organização contem as suas histórias e construam o seu perfil como membros da comunidade LGBTQI+. Ao fazê-lo, normaliza a representação de um espectro mais alargado de pessoas e dá-lhes uma voz intencional para promover a equidade em toda a empresa. Seja o mais inclusivo possível, mas respeite também a preferência pela privacidade dos profissionais. Mesmo nos locais de trabalho mais recetivos, as pessoas podem optar por não partilhar informações pessoais. O simples facto de dizer a todos que têm um espaço seguro no trabalho envia uma mensagem poderosa.
 

O Orgulho é celebrado em todo o mundo em alturas diferentes, mas os participantes estão unidos no seu desejo de construir uma sociedade e um mundo de trabalho mais inclusivos e equitativos. Durante este período crítico, os membros da comunidade e os seus defensores são necessários para dar voz aos direitos dos indivíduos de viverem e trabalharem livremente num ambiente de aceitação e compreensão. Os empregadores têm também a oportunidade de fazer avançar estes objetivos através de ações sensatas e significativas, sustentadas ao longo do tempo, independentemente do local onde operam. Juntos, todos podem contribuir para mudanças significativas que promovam os direitos da comunidade LGBTQI+.

 

(artigo publicado na Forbes a 6 de Junho de 2023)

sobre o autor
Sander van 't Noordende
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ceo, randstad