Nuno Troni, Director da área Professionals na Randstad Portugal, e Elsa Carvalho, Directora de Recursos Humanos da Caixa Geral de Depósitos, conversam sobre as tendências de gestão de pessoas em 2020.

No início do ano todos os estudos apontavam a atração e retenção de talento como o tema fulcral da gestão de pessoas: um mercado dinâmico onde perfis tecnológicos e de análise de dados eram muito procurados e onde a luta pelos melhores talentos e demonstração de competitividade seria o caminho a percorrer. Hoje, com o advento da pandemia, estas tendências reposicionam-se obrigatoriamente

Nuno Troni afirma que a retenção continuará a ser um dos elementos mais importantes, e a atração poderá ser em menor volume mas em maior importância, uma consequência direta da pressão econômica a que as empresas estarão sujeitas.

Com o aumento da taxa de desemprego, a balança que antes pendia para o poder dos candidatos em detrimento das empresas mudará, e a esta mudança acrescentar-se-á um comportamento de mudança. Conforme referido por Elsa Carvalho, as empresas estão, e continuarão a ser mais cautelosas, e o que será sentido na generalidade do mercado. Será mais fácil para as grandes empresas contratar, no entanto a resistência à mudança poderá continuar a ser uma problemática para pequenas médias empresas.

Assim sendo, no novo normal futuro, a capacidade de adaptação será o factor chave, tanto para os candidatos como para as empresas. A liderança informal será fulcral, e certamente uma das competências mais relevante e procuradas.

A capacidade transversal ao processo de adaptação e mudança e a procura do equilíbrio entre o trabalho remoto e de escritório serão alguns dos temas mais falados, assim como a continuidade da disrupção e o aproveitar o potencial da tecnologia que aliadas a uma grande dose de resiliência, poderão ajudar a ultrapassar o aumento do desemprego.