Acredito em relações positivas, que se tangem por serem de ganho para ambas as partes, o já conhecido win-win. Isto parece bastante óbvio, certo? Mas será que a maior parte das nossas relações quotidianas o são?

Relações chefia/líder - colaborador (há quem use subordinado, pessoalmente, não gosto deste termo); pai/ mãe - filho/a; cliente - fornecedor; professor - aluno e poderíamos continuar esta lista, se bem que aqui teremos representadas a maioria das nossas relações do dia-a dia….



Será coincidência a ordem pela qual as escrevi? Ou será que, por natureza, hábito, socialização… atribuímos maior poder ao primeiro player? Não será que, demasiadas vezes, estas relações são win-lost?

Pensar que todas as relações humanas assentam em lutas pelo ganho/poder é um pouco assustador, mas reflitamos sobre este tema e veremos que nenhuma (ou quase nenhuma) escapa a essa luta.



Quantas vezes consideramos que o líder é mais importante na organização face ao colaborador? Porquê tantas vezes o líder tem de se sentir ganhador para se considerar um líder de sucesso? Não conseguiremos equilibrar melhor estas relações? Considero claramente que SIM, pelo que quero partilhar a minha receita pessoal: “Sê feliz, fazendo os outros felizes.”. Este lema de vida foi-me passado na minha infância pelo meu pai naquele fantástico livrinho de autógrafos, que as gerações de 70 conhecerem tão bem e guardá-lo-ei para sempre.  Na minha opinião, esta frase traduz muito bem que o meu ganho só pode advir do ganho dos outros. Considero que poderemos transportar este lema para todas as nossas relações, sejam elas pessoais ou profissionais. 



Infelizmente, na nossa sociedade ainda se elogiam em demasia os “negociadores predadores”, que assentam o seu ganho na perda do outro. Confesso que já sofri desta espécie de “síndroma”. Na casa dos 20 anos, a assumir recentemente responsabilidades de negociação comercial, fui a uma formação em que numa simulação comercial, eu e a minha colega discutimos ferozmente pela compra exclusiva a um fornecedor de laranjas… passado o tempo permitido, não fechamos negócio, mas estávamos felizes por termos sido ferozes negociadoras. Quando procedemos à análise do exercício, percebemos que uma apenas precisava da casca e outra do sumo da laranja. Poderíamos ambas ter ganho, mas estávamos tão concentradas em ganhar, cada uma para o seu lado, que não perguntamos uma à outra as suas necessidades… Errado, errado, errado!!!



Não será que nas outras relações isto também nos acontece? Preocupamo-nos pouco com as necessidades dos outros e temos um foco exagerado nas nossas? Há uns dias tive uma surpresa… quando achava estar completamente focada numa relação positiva para ambas as partes, ao conversar mais um pouco apercebi-me que nem sempre quando achamos que estamos a trabalhar numa base positiva bilateral, o estamos realmente a fazer. Por isso, conversemos muito, interessemo-nos genuinamente pelos outros, ouçamos e pratiquemos muito a empatia se quisermos ser bons clientes, bons fornecedores, bons pais, bons filhos…

Por isso, adoptem esta máxima para a vossa vida também e sejam felizes fazendo os outros felizes!

 

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Sara Gonçalves

business unit manager, staffing & permanent placement, randstad portugal