Pedro Ramos, Diretor de Recursos Humanos da Tap Portugal, e Inês Veloso, Diretora de Comunicação e Marketing da Randstad Portugal, trocam ideias sobre o papel fundamental do employer branding durante o período de crise COVID-19.

Com a frase “Não é só uma marca, é um período marcante”, os oradores sublinham a importância de demonstrar o ADN das organizações durante estes períodos de caos. O paradigma atual não deve ser uma razão para as empresas se esconderem, mas sim para porem em práticas os valores aos quais se associam, sendo um teste para como trabalham a sua componente prática e emocional. Neste momento da história do mundo do trabalho, não há como não ser verdadeiro, é altura das marcas demonstrarem o que são.

Pedro Ramos aborda também o tópico da humanização dentro das empresas, que embora possam estar a passar por momentos difíceis devem procurar dignificar os seus colaboradores que são o seu melhor ativo, demonstrando compaixão, empatia, generosidade e assertividade.

Como será o pós-covid?

O período de transição entre a crise e a normalidade deverá ser preparado hoje. As empresas não devem perder o  vínculo com  os seus colaboradores, mesmo que em regime lay off -  devem ampliar a comunicação e manter o mesmo ritmo na organização.

Segundo Inês Veloso, as empresas estão a aprender à força que é uma vantagem utilizar a tecnologia em prol do mundo do trabalho, e que através desta emergência irão surgir novas competências. Embora as empresas não estivessem preparadas, a verdade é que existia um bloqueio tecnológico e que este foi superado. O mundo vai ser diferente porque a sociedade está a descobrir, embora que abruptamente, que existem outras e  melhores formas de trabalhar. As aprendizagens que a crise trouxe irão ficar para o futuro e devem ser aproveitadas para  fazer transformações benéficas, quer seja no funcionamento dos negócios como na forma como comunicamos uns com os outros. 

A tecnologia não vai acabar com o papel dos humano no mundo do trabalho, mas ajudá-lo a ser mais e melhor, se forem colocados em prática os ensinamentos que caos veio revelar

  • é fundamental que as empresas tenham um propósito;
  • o presentismo deve acabar e deve ser privilegiada a cultura de performance e de resultados;
  • a autodisciplina e responsabilidade dos colaboradores deve ser exaltada;
  • gestão de tempo tem de ser incutida na cultura das empresas;
  • o mindset das lideranças deve ser alterado para o novo paradigma de gestão de tempo e performance, privilegiando a autenticidade e proximidade;
  • o work life balance e a estabilidade laboral deverão ser protegidos.