O mundo encontra-se em transformação constante, obrigando-nos a diversas adaptações ao nível do ser, estar e fazer. Nos tempos que vivemos, a covid-19 passou a ser parte integrante das nossas vidas e fomos obrigados a reinventar, aprender, criar novos hábitos e a lidar com o "desconhecido". 

É certo que a covid-19 foi o impulsionador do teletrabalho, que até à data estava adormecido em Portugal, desde os seus primeiros passos na década dos anos 90.

Perante esta nova realidade surgiu a necessidade das empresas minimizarem os riscos ao exporem os seus trabalhadores a possíveis contágios, ao mesmo tempo que sentem cada vez mais a necessidade de minimizar o impacto económico do negócio.    

Hoje, quando penso no teletrabalho, reflito principalmente sobre as vantagens que trás e os condicionalismos que impõem.

Estudos desenvolvidos apontam que o teletrabalho é benéfico na conjugação da vida familiar com a vida profissional, que permite que o trabalhador tenha uma maior disponibilidade de tempo, principalmente pelo que ganha ao evitar deslocações, e que se traduz numa economia de tempo e custos.  Quando apresentados, os estudos demonstram principalmente rentabilidade e economia. Porém, será que tem em conta que o trabalhador enquanto indivíduo, mãe, mulher e muitas vezes a “dona de casa” vive um processo de transformação a que obriga um rigor redobrado das tarefas tanto profissionais como familiares?

A verdade é que cai por terra a velha expressão: não levo problemas do trabalho para casa, nem de casa para o trabalho.

Na minha opinião pessoal, a adaptação ao teletrabalho requer fundamentalmente do equilíbrio.  Da mesma forma que as nossas crianças foram obrigadas a ficar em telescola e sentem falta e necessidade de comunicar, conviver e interagir, eu sinto essa mesma necessidade na minha área, pois é algo humano que faz parte de mim. 

No futuro, o teletrabalho vai estar cada vez mais presente no nosso dia a dia e por isso, é neste momento que temos novamente de aprender a estar, a conhecer e criar, uns com os outros. Adaptarmo-nos como pessoas, de pessoas e pelas pessoas.

 

escrito por
Márcia Albuquerque
Márcia Albuquerque

Marcia Albuquerque

operations & business support manager, randstad portugal