Num período repleto de desafios e incerteza, a procura por profissionais das Ciências da Vida está mais alta do que nunca. Perante uma escassez de talento que já existia antes da pandemia, as empresas deste sector devem certificar-se de que são suficientemente atractivas como empregadoras para reterem e atraírem o talento certo.

O sector das Ciências da Vida tem sido sempre considerado um resumo contínuo de inovações clínicas e operacionais, problemas relacionados com os custos, experiências do cliente e técnicas de ligação ao cliente, juntamente com questões relacionadas com o compliance. 

Olhando para os factores de talento dentro deste sector, os pacotes de remuneração apelativos, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e a estabilidade profissional são os atributos que ajudaram as Ciências da Vida a serem um dos sectores mais apelativos. Com 51% dos inquiridos a afirmar que trabalhariam no sector das Ciências da Vida, está actualmente em quarto lugar, atrás das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) (57%), bens de consumo rápido (54%) e automóvel (54%).

Os últimos anos deram origem a processos tecnológicos que contribuem directamente para o progresso digital do sector das Ciências da Vida. Blockchain, Inteligência Artificial, redes de fornecimento digital (DNS) ou analítica de dados são apenas alguns dos elementos tecnológicos que influenciam a digitalização do sector. 

Do pessoal médico e das farmácias aos engenheiros e especialistas em dados, TI e digital, é necessário um vasto conjunto de competências no sector, a todos os níveis. Para que as empresas tenham acesso ao talento desejado, torna-se então essencial que as empresas de Ciências da Vida criem um forte employer brand.

Nos próximos anos, as empresas deste sector terão de satisfazer a enorme procura de talento especializado, já que serão precisos novos empregos e competências para as diferentes áreas de especialidade.

Como indicado na pesquisa Talent Trends 2020 da Randstad Sourceright, o aproveitamento de novas competências tornou-se um importante bem para os empregadores do sector, já que as Ciências da Vida verão um aumento de procura no futuro. O desenvolvimento de estratégias adequadas para a força de trabalho é crucial para a evolução das empresas das Ciências da Vida.

Com base nos resultados da pesquisa Talent Trends 2020, 83% do capital humano e dos líderes executivos no sector das Ciências da Vida esperam uma forte procura dos seus produtos e serviços em 2020, antes do aparecimento da crise da COVID-19.

As organizações de Ciências da Vida estão na linha da frente da crise do coronavírus, presas entre a oferta eficaz de produtos médicos, a pressão para desenvolver rapidamente tratamentos e vacinas para a COVID-19, os desafios financeiros, as disrupções na cadeia de abastecimento e a falta de mão-de-obra.

Ainda assim, a crise sanitária da COVID-19 pode ser vista como uma possível experiência de aprendizagem para todos os stakeholders activos no sector das Ciências da Vida. De modo a enfrentar possíveis desafios, é necessário aprender a adaptar-se rapidamente a importantes crises sanitárias, a implementar processos de digitalização, a melhorar as cadeias de abastecimento, a personalizar a experiência do cliente e a desenvolver novas competências da força de trabalho.

O que os profissionais procuram Vs o que os empregadores oferecem

Compreender a discrepância entre o que os colaboradores querem e o que acreditam ser oferecido pelos empregadores oferece perspectivas importantes para desenvolver um employer brand. O Randstad Employer Brand Research revela que, no que respeita a remunerações e benefícios apelativos e estabilidade profissional, o que os profissionais das Ciências da Vida procuram está alinhado com o que os empregadores aparentemente oferecem. Contudo, o segundo factor mais desejado, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, não é visto como sendo oferecido pelos empregadores.

O estudo destaca ainda o top 5 das razões para escolher um empregador: Receber uma remuneração apelativa, seguido do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e a estabilidade profissional são os factores mais importantes para os profissionais das Ciências da Vida na altura de escolher um empregador. Segue-se a progressão na carreira e o bom ambiente de trabalho.

Tendo em conta a difícil situação actual, ter um bom equilíbrio entre a vida pessoal e profissional torna-se cada vez mais importante para os profissionais deste sector. Embora um bom pacote salarial permaneça a principal razão para escolher um empregador, parece estar a perder importância ao longo do tempo.

Na pesquisa da Randstad, entre os inquiridos, 18% afirmaram que mudaram de emprego no ano anterior, enquanto 26% tencionam mudar de emprego nos próximos 12 meses. A mudança de emprego é um comportamento mais frequente na América Latina, com 43% a considerarem encontrar um novo empregador nos próximos 12 meses.

Embora a estabilidade profissional seja o terceiro factor mais importante ao escolher um empregador, e as Ciência da Vida sejam vistas como um dos sectores mais atractivos em todo o mundo, a pesquisa feita em Março-Abril de 2020 mostra que a rotatividade no sector é igual à rotatividade a nível global.