À medida que se foi tornando uma buzz word, foram muitas as tentativas de encontrar uma palavra em português que traduzisse a amplitude da palavra engagement. Os mais literais ficavam pelo envolvimento, mas que na verdade nunca me convenceu, porque quando nas nossas empresas trabalhamos para o engagement queremos muito mais do que envolvimento, queremos compromisso, comprometimento e, se quiserem, até paixão. Assim, uma palavra transforma-se em muitas outras, e por isso assumimos o estrangeirismo e evitamos traduções redutoras.

Para os que acham que esta é uma buzz word da moda e que em breve será substituída por outra, eu diria exatamente o contrário. Hoje falamos de engagement, mas será amanhã que este será ainda mais crítico nas empresas enquanto resposta a colaboradores cada vez mais flexíveis, ligados a projetos e a escritórios virtuais, com ligações cada vez mais virtuais e menos físicas.

Este caminho da digitalização, tanto na perspetiva da atração como da retenção de talento vai ter como arma secreta a capacidade das empresas fazerem este engagement com as pessoas, este novo “vestir da camisola” que se sabe que não é para sempre, mas que se quer vivido com a mesma intensidade e entrega como se fosse. O engagement estará sempre relacionado com o poder da marca (employer branding), mas também com a identidade da empresa, com a forma como esta se relaciona e cria valor aos seus colaboradores, valor e felicidade, porque nunca a felicidade foi tão determinante para as pessoas como hoje e como será ainda mais amanhã. 

 

José Miguel Leonardo, CEO da Randstad Portugal