Pensar em negociação salarial deixa muitos candidatos nervosos. Na realidade, existem tantas pessoas que acham que a negociação do seu salário é tão intimidante, que nem sequer tentam fazê-lo. 

Apenas 39% dos trabalhadores disseram ter negociado a sua última oferta de emprego. Para as mulheres, o número foi ainda menor - apenas cerca de um terço (34%). Mas, como tudo, negociação salarial requer alguma prática e pode não ser tão difícil como aparenta. 

Por isso, deixamos aqui algumas dicas que podem ajudar!

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1. sê o primeiro a apresentar uma proposta de valor 

Muitas vezes os candidatos têm medo de falar primeiro e de acabar por pedir muito ou pouco. Mas há muitas vantagens em fazê-lo:

  • A pessoa que avança com a primeira proposta tem muito poder;
  • O primeiro número define a linha de base para todas as negociações subsequentes;
  • É difícil para um empregador fazer uma oferta baixa quando tu começas com uma alta. Não tenhas medo de falar primeiro, dá o primeiro passo;
  • Se o teu potencial empregador apresentar o primeiro valor, e for menor do que o esperado, pode ser mais desafiador negociar do que defender a tua proposta.

2. começa pelo topo

Se estás a procurar um salário, por exemplo, entre 2.000€  a 4.000€, o primeiro número que deves colocar em cima da mesa deve estar mais próximo de 4.000€, ou talvez até um pouco acima.

Se começares com um número alto, quando as negociações terminarem, é mais provável que ainda estejas confortavelmente dentro do intervalo que achas aceitável. Pode ser tentador mostrar que és flexível, mas o tiro pode sair-te pela culatra caso te apresentem uma oferta baseada no valor mais baixo dentro do intervalo que consideras aceitável.

3. pede um valor pouco usual

Pede, por exemplo, 3.880€ em vez de 3.500€ ou 4.000€. É um truque psicológico. Quando pedes um valor simples e redondo, o mais provável é que a pessoa que está do outro lado ache que escolheste um valor aleatório, que não tens como justificar. Se pedires um valor bastante específico, isso demonstra que fizeste alguma pesquisa e sabes porque mereces receber aquele salário.

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4. apresenta sempre uma contra-proposta

Se o teu empregador apresentar primeiro uma proposta, negocia sempre, mesmo que aquela oferta já te pareça aceitável. Normalmente os empregadores apresentam um valor com alguma margem, supondo que os candidatos poderão negociar. Por isso não aceites logo e tenta conseguir melhores condições. Só tens a ganhar, uma vez que a oferta inicial provavelmente ainda estará em cima da mesa. As ofertas de emprego quase nunca desaparecem só porque um candidato tentou negociar.

5. não tenhas medo de ouvir “não”

O medo é um fator determinante nas negociações salariais. Os candidatos tendem a propor ofertas mais baixas do que as que realmente querem para evitar alguma situação mais desconfortável e que as suas propostas sejam rejeitadas. É importante ter em mente que a rejeição faz parte da negociação e que não significa o fim da conversa.

Negociar é, essencialmente, a arte de dizer “não, mas…”. Por isso, lembra-te: não deixes que uma resposta negativa te impeça de continuar a tentar obter o que realmente queres.

6. negocia outros benefícios

O dinheiro não é tudo numa oferta de emprego. A compensação monetária é muito importante, sem dúvida. Mas não te esqueças de debater outros benefícios como por exemplo:

  • Férias
  • Seguros de saúde e de vida
  • Planos de reforma
  • Flexibilidade de horário e/ou teletrabalho
  • Descontos de produtos e serviços
  • Formação e educação

Muitas vezes há espaço para negociar estes aspetos que também são importantes para a vida de qualquer pessoa.

7. sê firme e confiante

Quando estiveres a negociar, assume uma postura firme e confiante. É mais provável que o empregador respeite alguém que mostra que é determinado, perseverante e que não abdica das suas convicções. Podes comprometer-te e mudar de ideias a meio do processo, é normal. Mas nunca te contentes com uma proposta que não aches aceitável e razoável. 

8. mostra o teu valor

Ao negociar as tuas condições salariais, pede o valor que achas que mereces com base naquilo que acrescentas à organização. Deves destacar as tuas competências e skills, e o que te faz merecedor de melhores condições e benefícios. E podes até comparar e contrastar com outras ofertas que possas ter recebido.

O contexto importa. Se estás a pedir mais do que outro candidato ou colega, mas também tens mais certificações e conhecimentos, é aí que reside a diferença. Tem o teu pitch pronto.

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