De acordo com o Randstad Employer Brand Research, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional continua a ser o principal critério considerado pelos portugueses numa decisão de emprego (52%), um critério que perdeu importância no conjunto dos países europeus, mas que em Portugal está em crescimento desde a primeira edição do estudo. Segue-se a progressão de carreira e o bom ambiente de trabalho (49%), sendo este último mais valorizado na Europa.

Nas decisões de emprego, vêem-se ainda diferenças significativas entre homens e mulheres, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e o bom ambiente de trabalho são mais importantes para as mulheres. Para os homens a saúde financeira da empresa é muito considerada.

O estudo da Randstad mostra que os inquiridos com baixa escolaridade valorizam a localização do empregador (46%), muito embora seja a estabilidade do projecto (26%) que ocupa o primeiro lugar a da decisão. O mesmo acontece com os de escolaridade média. Só mesmo o grupo de escolaridade mais alta é que se concentra no critério da conciliação da vida pessoal e profissional (56%).

No que diz respeito às diferentes gerações, o estudo revela que os baby boomers (55-64) dão mais valor a saúde financeira (40%) e à qualidade dos produtos (22%) do que qualquer outra geração.

Contrariando alguns estudos, verifica-se uma aproximação entre a geração X (35-54) e os millennials (25-34), valorizando a liderança e a boa formação. Quanto à geração Z (18-24), é a que menos se preocupa com a estabilidade profissional (42%) e os que mais valorizam um conteúdo de trabalho interessante (24%).

Comparando os resultados, 83% dos portugueses em contraposição com 62% dos europeus, consideram os benefícios não financeiros muito importantes numa decisão de mudança de emprego. Os mais importantes são na área saúde (85%), na flexibilidade horária (81%), na comparticipação de despesas de deslocação (79%) e na formação (78%).

Os menos relevantes são a opção de compra de acções (30%), o telefone da empresa (41%), o seguro de viagem (56%) e os serviço de apoio a crianças (57%).

Em relação aos sectores mais atractivos, em Portugal o sector da saúde volta a ganhar destaque, seguido da aviação e do sector os sectores das tecnologias de informação, telecomunicações e consultoria.

O que torna Portugal atractivo

O Employer Brand da Randstad 2020 revela que a localização geográfica (65%), a diversidade e inclusão (44%), os produtos e serviços de referência (39%) são as principais características que permitem reconhecer Portugal como um destino profissional atractivo para a população activa portuguesa. Seguindo-se também a boa reputação do país (36%) e qualidade do ensino e da formação nacional (35%).

O estudo revela ainda que 44% dos colaboradores valorizam cada vez mais os benefícios oferecidos, o que influencia fortemente o seu compromisso para com a empresa. Planos de saúde, flexibilidade de horário, ajudas de custo e aposta na formação são factores que ajudam a aproximar talento e a mantê-lo comprometido com a empresa.

Contudo, a forma como trabalhamos no cenário de pandemia fez rever algumas prioridades. A solidez da empresa, a segurança que esta garante e o equilíbrio profissional e pessoal estão a assumir uma nova importância na vida dos colaboradores, existindo, por isso, uma necessidade das empresas se adaptarem a esta nova realidade, traçando estratégias de atracção e retenção de talento.

Para José Miguel Leonardo, CEO da Randstad Portugal, o nosso País «será sempre uma referência internacional no que respeita a talento e inovação e à qualidade de instituições de ensino e empresas. Desta forma, há que capitalizar este valor na construção da marca Portugal.» E acrescenta: «Com este estudo, queremos dotar as empresas dos conhecimentos e ferramentas necessárias para que, neste contexto incerto, consigam construir um plano sólido para reter talento e alinhá-lo com a sua estratégia de branding. Há que trabalhar a atractividade de Portugal enquanto marca, procurando responder às aspirações do mercado e às novas prioridades do contexto em que vivemos.»

Pelo quinto ano consecutivo, o Randstad Employer Brand Research questionou uma amostra de 5000 pessoas, representativa da população portuguesa sobre os 150 maiores empregadores em Portugal, identificando em que critérios as empresas são melhor percepcionadas enquanto empregadoras e quais os sectores mais apelativos para trabalhar. 

Este estudo foi realizado antes da pandemia de COVID-19.