Voltamos ao jogo. 



Não necessariamente melhor preparados, ou mais optimistas, mas também não estamos derrotados. Ainda não há vencedores, nem vencidos. O resultado é sempre no final do jogo, o resto são celebrações e aprendizagens até à meta.



Temos de entrar nesta segunda parte com uma energia contagiante, com o equilíbrio perfeito entre o idealista inspiracional e o realista que compreende até onde vamos conseguir chegar. O equilíbrio entre o sonho e a realidade que nos permite inspirar e transpirar.



Nesta segunda metade, mais curta e por isso mais intensa, a liderança tem um papel determinante e não existe apenas no banco, está em campo, está na capacidade individual de cada um. Garantir o foco no que é atingível, a relação entre o emocional e o racional e ser assertivamente criativo na abordagem. Acreditar e cumprir. Assumir compromissos e eliminar definitivamente o “porque não” para apontar um caminho. Porque é demasiado fácil explicar, culpar e justificar o que não se faz. O desafio está em indicar o caminho, fazer e resolver.



Mas não podemos esquecer o caminho percorrido. Não podemos para a olhar para trás, mas o espelho retrovisor está lá, uma ajuda na aprendizagem e na motivação. Porque mesmo no caminho das pedras há momentos de celebração, porque mesmo na estrada do sucesso há falhas, aprendizagens.



À nossa frente temos a prática das mais recentes alterações da legislação laboral, o regime geral da protecção de dados, o Google for Jobs que em breve estará também em Portugal, a atractividade das empresas e do nosso país para trabalhar e os salários médios que teimam em ser cada vez mais o salário mínimo.



Temos as pessoas no centro da equação, não uma alteração mas uma consciencialização que levará as empresas a um novo caminho na forma como implementa as suas estratégias de gestão de pessoas. Em paralelo a tecnologia vai-se reinventar e criar a disrupção de mercados… não podemos adivinhar, mas há muito que já conseguimos prever.



O segundo semestre terá como elemento fundamental a capacidade de interpretar dados, de fortalecer as relações e da transparência das propostas de valor. Desafios de um mundo a duas velocidades, que tem lado a lado a inovação e o chamado “business as usual”, os Z, os millenial e os X debaixo do mesmo tecto ou melhor dizendo ligados em rede, com trabalho cada vez mais flexível.



Nesta segunda parte não há depressão pós intervalo, mas sim a alegria de poder estar em campo e de contribuir para o todo. Venham os desafios, venha a chuva, venha o esperado e o inesperado. Estamos prontos para o final do ano.



São 365 dias que se podem resumir aos 90 minutos de um jogo, com ou sem vídeo árbitro (depende), com o vento a favor e contra, com mudanças ou não de horário, mas garantidamente com os erros e a magia que vêm do talento individual e de uma jogada em equipa. Só ganha quem tiver este equilíbrio, esta capacidade de estar em campo, no balneário e no banco, focado no objectivo, com controlo das emoções, utilizando a razão mas também a criatividade. Arriscando e sabendo quando não o fazer. Um jogo que pouco tem de sorte e azar, que vive da transpiração, inspiração e do expirar, porque há momentos em que também é preciso ter paciência, em que não fazer é fazer o máximo possível.



Um ano são 90 minutos e começamos agora a segunda parte…









José Miguel Leonardo



CEO Randstad Portugal