Embora as aplicações do local de trabalho estejam feitas para melhorar a produtividade, estas podem também ser contraproducentes. Os colaboradores chegam a passar por 10 ferramentas diferentes no espaço de uma hora, o que equivale a 32 dias de produtividade perdidos por ano. O especialista Kevin Howell chamou a atenção para esta realidade num artigo publicado no site reflektive.com, identificando três benefícios de consolidar as ferramentas de Recursos Humanos.

Oferecer uma experiência de colaborador dinâmica e eficaz, continua a ser uma das prioridades das organizações. E a tempestade perfeita de níveis baixos de empenho, pouco desemprego, forte competição pelo talento e alterações da demografia no local de trabalho, está a instigar os esforços para melhorar a experiência do colaborador.

Muitos destes esforços concentram-se na oferta de uma experiência laboral mais simples e envolvente – que esteja alinhada com o ambiente ágil e rápido de hoje e que tenha em conta os millennials.

Vemos esta alteração com a adoção generalizada de ferramentas de trabalho simples e sociais como Slack, Microsoft Teams, Salesforce e outras. E as ferramentas de Recursos Humanos (RH) estão no centro deste movimento.

A tecnologia de Recursos Humanos já não se limita à automatização de formulários, recrutamentos e registos de colaboradores. Inclui várias ferramentas que ajudam os colaboradores a serem mais produtivos. E estão a tornar-se mais semelhantes ao Facebook, Twitter ou YouTube e menos a gestão de formação e desempenho.

Será que existem ferramentas de Recursos Humanos a mais?

No que toca a ferramentas RH digitais, a oferta está claramente a satisfazer a procura. Os investimentos globais em tecnologias RH ascendem aos 35 mil milhões de euros e aumentaram 10%, em 2018. Calcula-se que os grandes departamentos de Recursos Humanos têm, em média, 11 sistemas diferentes.

É ótimo termos opções, mas será que queremos mesmo ter os colaboradores a olhar para uma vasta variedade de ferramentas RH à procura de feedback, gestão de desempenho, engagement e registos?

A revolução nas tecnologias RH criou um problema maior – confusão. Gestores e colaboradores precisam de ferramentas que simplifiquem o trabalho. Mesmo que as ferramentas sejam fáceis de usar, o seu excesso pode ser assustador. Mais do que nunca, os líderes de Recursos Humanos precisam de consolidar soluções. Eis porquê.

- Melhorar os dados

Na era da big data, recolher informações não é um problema. Mas a maior parte das empresas sente dificuldade em obter perspetivas a partir desses dados.

De acordo com um inquérito, 74% das empresas querem ser data-driven, mas apenas 29% tiveram sucesso a ligar dados a ação. Dados sem análise é como comprar um livro escrito com hieróglifos – é bonito dizer que temos um, mas não fazemos ideia do que lá está escrito.

Felizmente, muitos departamentos de RH já começam a basear-se em dados. Estão a investir em ferramentas analíticas para reconhecerem tendências, desenvolverem estratégias e darem informações aos gestores para que estes tomem decisões. Contudo, quando temos uma vasta gama de sistemas e de fontes de dados, pode ser um desafio analisar e ligar os dados a perspetivas que se podem transformar em ações.

Consolidar as ferramentas RH ajuda a resolver este problema e melhora as análises de três formas importantes:

- Poupa tempo: em vez de reverem análises de sistemas diferentes à procura de factos sobre feedback, engagement e gestão de desempenho, e depois tentarem ligar os pontos, a consolidação faz com que a revisão e análise seja mais simples e rápida;

- Oferece mais visibilidade: se os executivos ou gestores querem ver análises para tomarem decisões informadas, encontram um espaço único para reverem as informações;

- Possibilita decisões mais rápidas: integrar fontes de dados permite que os negócios tomem decisões mais rápidas e respondam à mudança com mais facilidade.

- Criar um fluxo de trabalho mais eficiente para os colaboradores

Ferramentas em excesso desperdiçam tempo, mas além disso é frustrante para os colaboradores. E colaboradores frustrados rapidamente se tornam colaboradores desmotivados. Acrescentar várias aplicações RH ao fluxo de trabalho agrava o problema. Ninguém quer entrar em diversas aplicações para comunicar com os membros da equipa, oferecer feedback, atualizar objetivos, pedir o banco de horas, etc.

Os colaboradores querem ferramentas no fluxo de trabalho, por isso quanto mais se consolida aplicações e se integram as mesmas em processos regulares, melhor. Isto não significa que tudo tenha de ser feito numa plataforma, mas sim que as ferramentas RH devem ser integradas noutras aplicações que os colaboradores utilizam diariamente.

- Simplificar o trabalho para os gestores

Quer seja tentar lidar com diversas tarefas, tomar decisões ou avaliar colaboradores, os gestores precisam de estar equipados com ferramentas que simplifiquem as suas tarefas.

Se um gestor tem de gastar demasiado tempo a entrar em vários sistemas para encontrar informações das últimas avaliações ao desempenho, pormenores podem escapar ou ser ignorados. As empresas devem concentrar-se na consolidação das ferramentas de gestão de desempenho e de engagement e nas ferramentas analíticas, já que essas funções estão interligadas, e consolidar dados dessas áreas oferece perspectivas essenciais para ajudar os gestores a liderarem e desenvolverem o talento com eficácia.

Existem várias razões por que as organizações acabam com ferramentas de RH díspares – alguns escolheram soluções diferentes para funções em particular, e alguns simplesmente acumularam diferentes sistemas ao longo do tempo. Independentemente das razões, os benefícios de consolidar ferramentas são claros. Simplificar o conjunto de soluções para que a organização consiga analisar, trabalhar e gerir com mais eficácia. E manter o local de trabalho empenhado com uma experiência de colaborador mais adequada.