O mundo do trabalho tem vindo a sofrer profundas alterações, sendo que esta transformação tende ainda a aumentar nos próximos anos. 

 

A título de exemplo, a CIP refere que até 2030 iremos assistir ao fim 1,1 milhões de empregos. Porém, a boa notícia, diz-nos que irão ser criados perto dos mesmos 1,1 milhões. 

A pandemia veio trazer ainda mais poeira e incerteza a este "novo mundo" ou "novo normal". 

Veio, talvez, acelerar esta transformação quer por via da aceleração da digitalização quer por novas economias que surgiram ou aceleraram.

Um dos exemplos da aceleração das novas economias é a chamada "Gig Economy"

Chamamos gig economy porque utilizamos plataformas digitais para conectar freelancers e clientes para fornecer serviços de curto prazo ou entrega de produtos. Como exemplo, estamos a falar de Apps de transporte de mercadorias, entrega de alimentos e agendamento para férias.

É um segmento em crescimento, com benefícios económicos de produtividade e emprego.

Um dos desafios consiste em equilibrar a inovação deste novo mundo e as vantagens para os talentos.

Para milhões de pessoas, trabalhar das 9h às 18h, para uma única entidade empregadora já não é uma realidade. Em vez disso, equilibram vários fluxos de rendimentos e trabalham de forma independente.

E todas estas mudanças e equilíbrios entre a vida pessoal e profissional se devem em parte à gig economy.

Se utiliza uma App para chamar uma viatura para o transportar, reservar um apartamento/hotel, encomendar comida, então já participou neste segmento da economia e é um gig user.

Até agora, a quota das plataformas da gig economy no total da taxa de emprego é reduzida, varia entre 1% e 3% do emprego total, de acordo com a OCDE, que também afirma que a quota está a crescer rapidamente.

Prevê-se que as transações globais em gig economy cresçam 17% ao ano para cerca de 455 mil milhões de euros até 2023, de acordo com um relatório da Mastercard.

E à medida que este segmento de mercado cresce, e as empresas no topo da cadeia se tornam maiores, o desafio para os decisores políticos é equilibrar a inovação que cria empregos com a necessidade de assegurar que as empresas estão a oferecer aos talentos os benefícios adequados à função.

Para os estudantes que querem ganhar um rendimento enquanto estudam, ou para os pais que querem enquadrar o trabalho no horário escolar, estas empresas podem oferecer padrões de trabalho flexíveis

Quem pretende gerar rendimentos adicionais e ter flexibilidade de trabalho são os motivos mais comuns para trabalhar em plataformas de gig economy, de acordo com a OCDE.

De acordo com a OCDE, “globalmente, a maioria dos trabalhadores do gig economy estão satisfeitos com o seu emprego e trabalhar com estas plataformas parece refletir principalmente escolhas voluntárias e não a falta de outras opções". "Contudo, uma minoria significativa de trabalhadores de plataformas - cerca de 20% - utilizam plataformas porque não são capazes de encontrar trabalho como empregados dependentes" 

 

Um estudo da McKinsey categorizou os trabalhadores independentes em quatro segmentos.

1. Agentes livres, que escolhem o trabalho independente e dele retiram o seu rendimento primário.

2. Trabalhadores ocasionais, que utilizam o trabalho independente por opção, para obter rendimentos suplementares.

3. Resignados, que vivem principalmente do trabalho independente, mas que prefeririam empregos tradicionais.

4. Financeiramente amarrados, porque fazem trabalho independente suplementar por necessidade.

 

Tanto os freelancers como os detentores de empregos tradicionais terão de se tornar mais proactivos na gestão das suas carreiras à medida que as tecnologias digitais continuem a reinventar o mundo do trabalho.

Em jeito de conclusão, existem alguns desafios de flexibilidade, captação e retenção de talento e legais que terão que ser resolvidos e ultrapassados, já que não será possível "parar o vento com as mãos". Temos, enquanto responsáveis pela criação de emprego regulado e com obrigações para com a sociedade, de proporcionar as melhores condições quer para o talento quer para as empresas que desejam ver os seus problemas resolvidos e é por isso que o trabalho temporário pode ter um contributo fundamental no desenvolvimento destas novas formas de trabalho.

escrito por
this is a woman
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Manuela Ramalho

global sales manager