<p>Sob a égide da casa-mãe, em Espanha, a política de Recursos Humanos da Euromandi em Portugal tem como «principal prioridade a retenção dos colaboradores e a seleção dos melhores perfis que permitam o crescimento e o desenvolvimento da equipa» no País. Quem o afirma é a recém-nomeada diretora-geral da Euromadi Portugal, Cristina Mesquita.</p>
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<p>A Euromadi Portugal é uma central de negociação e serviços na área do retalho, que pertence ao Grupo Euromadi, de origem espanhola, e é membro da European Marketing Distribution (EMD), uma das maiores centrais de produtos de grande consumo da Europa e líder na distribuição, presente em 20 países.  Cristina Mesquita assumiu recentemente e direção-geral da empresa a nível nacional e revela que o grande objectivo da nova direção é fazer um crescimento na continuidade, trazendo mais serviços e mais complementos ao negócio.</p>
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<p>Assumiu o mês passado a liderança da Euromandi em Portugal. Como surgiu a oportunidade e o que a fez aceitá-la?</p>
<p>Este é, sem dúvida, um projeto que me entusiasma. Desde logo, pela mudança de área, pois a minha experiência profissional nos últimos 23 anos foi integralmente passada na Henkel. Esta proposta levou-me a considerar e a definir um rumo profissional desafiante, por exigir o melhor que tenho para dar. Isto porque acredito plenamente que tenho as competências e a experiência necessárias para, em conjunto com toda a equipa da Euromadi Portugal, contribuir de forma significativa para que o comércio independente e de proximidade em Portugal se torne cada vez mais forte, contribuindo para o sucesso e crescente competitividade dos nossos associados no mercado.</p>
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<p>Enquanto directora-geral, que desafios perspectiva e que objectivos se propõe alcançar a curto/ médio prazo?</p>
<p>O Plano Estratégico a cinco anos que estamos atualmente a desenvolver define as prioridades estratégicas para os serviços que prestamos e a forma como queremos que os mesmos sejam transpostos para a prática. O que procuramos é que estes potenciem a competitividade dos nossos associados no mercado, a três níveis: preço, através das promoções, das marcas próprias, bem como do projeto EuromadiLogis; sortido, com o projeto HoReCa, na inovação e na gestão por categorias; e, através de outros serviços , como os consumíveis e os frescos.</p>
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<p>Para este ano, em concreto, quais os principais desafios que perspetiva, para o setor onde actuam, em geral, e para a vossa empresa, em particular?</p>
<p>Consolidar a liderança da Euromadi Portugal como central de negociação e serviços de referência, e com isto continuar a agregar o comércio independente e de proximidade do nosso País. O ambicioso plano estratégico com que estamos a avançar visa preparar o futuro e continuar a assegurar o crescimento sustentável dos nossos associados, bem como da sua competitividade. Isto através da negociação de volumes de compra e reforço das sinergias em áreas tão diversas como os produtos de marca própria, a logística ou a inovação.</p>
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<p>Qual o principal foco, atualmente, da estratégia da Euromadi para Portugal?</p>
<p>Correndo o risco de me repetir, o fortalecimento da competitividade dos nossos associados é a nossa principal missão. E para isso o nosso objectivo é encontrar os principais pontos para a cooperação e aproveitamento de sinergias, desenvolvendo uma concorrência saudável.</p>
<p>Por outro, saber aproveitar a tendência de valorização do comércio de proximidade por parte do consumidor. Esta é uma enorme oportunidade que temos de saber capitalizar, porque o consumidor é mais exigente e busca soluções adaptadas ao estilo de vida “mais acelerado” e às novas tendências de consumo.</p>
<p>Nesse sentido daremos um foco prioritário em 2019 à competitividade promocional, à marca própria, que é cada vez mais um factor diferenciador da oferta, e ao projeto Euromadilogis.</p>
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<p>Como tem evoluído a vossa atividade desde 2006, data em que ingressaram no mercado nacional?</p>
<p>A Euromadi Portugal tem uma longa história no País e apresenta um crescimento sustentado, especialmente nos últimos anos. Anos após ano, tem vindo a desenvolver-se, tanto a nível de faturação como de serviços agregados.</p>
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<p>Mas quais diria que foram as principais conquistas?</p>
<p>A maior conquista é claramente o facto de sermos a central de compras e serviços de referência no mercado nacional e de proporcionarmos importantes ganhos financeiros e de competitividade aos nossos associados.</p>
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<p>Para termos uma noção mais concreta, pode partilhar alguns números da vossa actividade, que considere particularmente relevantes?</p>
<p>Atualmente, agregamos cerca de 30 associados em Portugal, que representam mais de duas mil lojas de comércio de proximidade. Além disso, no agregado dos associados, representamos 43 Cash&amp; Carry e 39 armazéns. A área de venda de todos os associados representa 645 mil metros quadrados, com presença em todo o país.</p>
<p>Os números apontam para que representemos aproximadamente 10% do mercado, nas categorias em que operamos, e estimamos que os nossos associados representem cerca de mil milhões de euros em volume de negócios.</p>
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<p>Qual o plano estratégico da nova equipa dirigente da Euromadi Portugal?</p>
<p>O grande objectivo da nova direcção é fazer um crescimento na continuidade, trazendo mais serviços e mais complementos ao nosso negócio. E, acima de tudo, aproveitar da melhor forma as sinergias com o Grupo Euromadi. A equipa da Euromadi Portugal trabalha diariamente para defender, reforçar e valorizar os sectores nacionais do consumo e distribuição.</p>
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<p>Qual a importância da área da Gestão de Pessoas para alcançar esse desiderato?</p>
<p>A Gestão de Pessoas é um dos factores mais importantes para o sucesso e rentabilidade dos negócios e as empresas que o entendem são aquelas que têm, normalmente, índices de competitividade mais elevados. Por isso, a nossa equipa está organizada e alinhada com a estratégia e objectivos do Grupo Euromadi.</p>
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<p>Neste âmbito, que prioridades assumem? Quais os pilares estratégicos da vossa política de Recursos Humanos?</p>
<p>A política de Recursos Humanos está sob a égide do Grupo Euromadi e tem como principal prioridade a retenção dos colaboradores e a selecção dos melhores perfis que permitam o crescimento e o desenvolvimento da equipa em Portugal.</p>
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<p>Essas prioridades procuram dar resposta a que desafios principais?</p>
<p>Dado que somos uma equipa pequena, os principais desafios estão relacionados com o crescimento dos projectos e serviços prestados, assim como com o desenvolvimento e a integração dos novos colaboradores.</p>
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<p>Quantos colaboradores têm actualmente?</p>
<p>Em Portugal somos 12 pessoas, divididas pelas áreas de direcção, financeira e comercial. Os restantes serviços são prestados pelo Grupo Euromadi e estão sediados em Espanha.</p>
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<p>Que projectos em concreto estão actualmente a desenvolver ao nível dos Recursos Humanos?</p>
<p>Estamos apostados em tornar mais funcional e próxima a comunicação, quer com o público como com os nossos associados. Neste sentido, recentemente apresentámos uma nova imagem digital, com um site totalmente renovado e mais intuitivo, numa versão bastante mais moderna, user friendly e totalmente adaptado a qualquer dispositivo: computador, tablet e smartphone.</p>
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<p>O que diria que vos torna um bom local para trabalhar?</p>
<p>Considero que a Euromadi Portugal tem cultura organizacional muito positiva, no sentido em que temos uma equipa que, não só atinge os objectivos, mas vai mais longe, veste a camisola pela Euromadi Portugal.</p>
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<p>Hoje fala-se muito de "guerra pelo talento". Têm sentido isso? Como contornam este problema?</p>
<p>Esse foi o tema de uma conferência em 2018, na área de Recursos Humanos, e achei muito interessante os dados que publicaram, tendo-se destacado que o maior desafio das empresas já não se centra na atracção de talento mas sim na sua retenção. O que faz todo o sentido porque vivemos num mercado global, onde não há fronteiras para o recrutamento. Eu sou um exemplo disso, pois já trabalhei em Espanha e no Brasil.</p>
<p>E para reter os melhores é preciso oferecer o melhor, que actualmente já não se centra somente na questão financeira, mas sim no equilíbrio entre a atractividade dos projetos profissionais e os objetivos de vida pessoais.</p>
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<p>Comparando, por exemplo, com a casa-mãe, Espanha, diria que Portugal é um país competitivo e atrativo para os melhores talentos?</p>
<p>Penso que Portugal é um país extremamente atractivo. Temos uma excelente qualidade de vida, boas infraestruturas e qualidades únicas de cultura.</p>
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<p>E para o investimento de grandes grupos, somos atractivos? O que temos de melhor e de pior?</p>
<p>A recuperação da economia portuguesa e a fixação de mais empresas internacionais no nosso território sustentam na perfeição o facto de que somos um país atractivo. Os nossos recursos humanos são altamente qualificados e muito valorizados em contextos internacionais. Por outro lado, considero que em alguns sectores ainda nos falta conquistar o reconhecimento pelo nosso valor.</p>
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<p>O que perspectiva como sendo os maiores desafios para as empresas num futuro próximo?</p>
<p>Penso que a retenção de talento é um enorme desafio, a par da conjugação entre a produtividade e a flexibilidade no trabalho.</p>
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<p>E para si, em particular, sendo uma mulher num "mundo de homens", qual o maior desafio?</p>
<p>Sinceramente, sempre pautei o meu percurso profissional pela paixão e pelo desafio que os projectos me foram proporcionando. No entanto, creio ser extremamente importante para as empresas e para os profissionais em geral que sejam cada vez mais adoptadas políticas flexíveis que permitam um crescente equilíbrio entre a área profissional e pessoal.</p>
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Cristina Mesquita
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Cristina Mesquita

diretora-geral da euromadi portugal