Colaboradores saudáveis e felizes trabalham melhor. Com consciência disso, a preocupação com o bem-estar emocional dos colaboradores está a crescer nas empresas e será uma prioridade nos próximos anos. 

A garantia é de um estudo promovido pela Aon. De acordo com o Emotional Health Survey 2019, 58% das organizações em todo o mundo têm ou estão a desenvolver estratégias de bem-estar dos seus activos humanos e 81% crêem que a saúde emocional se tornará uma prioridade nos próximos três anos.

Entre as principais tácticas utilizadas estão programas de ajuda ao colaborador, que incluem a componente emocional, acções educativas como sessões temáticas e materiais informativos (58%), assim como aconselhamento individual (48%). Contudo, 29% dos inquiridos indicam que a estratégia assumida deve ter em conta a realidade local.

A pesquisa da Aon revela que o principal objectivo das empresas passa por “melhorar o engagement dos colaboradores” (91%), mas também há quem queira sobretudo “assegurar a saúde física e mental dos colaboradores” (90%), “melhorar a produtividade e a segurança” (73%) e “reduzir os custos médicos” (40%).

«O reconhecimento da saúde emocional como factor fundamental para o engagement com os colaboradores, promoção da saúde física e mental, e melhoria da produtividade, tem levado cada vez mais empresas a priorizar o tema nas suas estratégias de recursos humanos, sendo já aceite pela maioria como um dos três drivers principais para o bem-estar no local de trabalho», explica afirma Nuno Abreu, director de recursos humanos da Aon Portugal.

Não obstante, o estudo indica que apenas 30% das estratégias de bem-estar corporativas contemplam a saúde emocional, com 80% das empresas a afirmar que não têm orçamento suficiente para o fazer, mas a destacar também a escassa adesão a estes programas por parte dos colaboradores (para 71% das empresas a participação é inferior a 25%), o que «pode resultar no desinvestimento nestas estratégias».

O papel do empregador

O mesmo relatório aponta que o bem-estar emocional é uma das três prioridades para 86% dos profissionais. Outros 85% acreditam que o empregador desempenha um papel essencial neste âmbito, mas 10% admitem que os líderes percebem pouco ou praticamente nada sobre o tema, sobretudo em países como Espanha (33%) e Alemanha (29%).

Face a estes resultados, Nuno Abreu faz notar que é «necessário criar mecanismos que incentivem a comunicação com os colaboradores, de forma a conseguir perceber mais facilmente quais as verdadeiras necessidades dos colaboradores ao nível da saúde emocional, um insight crucial para desenvolver uma estratégia de recursos humanos que traga resultados reais para a sua qualidade de vida e de trabalho».

Este estudo foi realizado com base num inquérito, realizado no primeiro trimestre de 2019, que contou com a colaboração de 168 profissionais de Recursos Humanos de 10 países e 17 indústrias diferentes.