1,39 milhões de portugueses em idade ativa sofrem de doença mental e que Portugal é o quarto país europeu onde se trabalham mais horas por semana (cerca de 41,7 horas semanais em comparação com as 40,9 horas semanas da média europeia). Os trabalhadores apresentam cada vez mais dificuldade em encontrar o equilíbrio entre a vida profissional e outras esferas da sua vida, e ainda se estima que 298 horas de trabalho por ano o equivalente a 12 dias, não apresentam os níveis de produtividade adequados. A conclusão é do “Guia para empresas: como promover o bem-estar e saúde mental dos trabalhadores?”, da Fundação José Neves.

O mesmo Guia mostra que a falta de saúde mental no trabalho surge devido a várias fontes de risco como o stress, a falta de identificação com o papel que se executa ou na relação com os colegas. As empresas que investem na saúde mental dos seus trabalhadores poderão ter um retorno económico de 9 vezes, através do aumento de produtividade ou menor rotatividade entre trabalhadores.

O estudo revela ainda que cerca de 70% das pessoas com problemas de saúde mental recuperam totalmente nas empresas que reconhecem os sinais da falta de saúde mental, valorizam-nos e tomam medidas para contribuir para a sua melhoria.

Na Europa, por ano, a falta de saúde mental corresponde ainda a gastos na ordem dos 240 mil milhões de euros, dos quais 136 milhões se devem a perdas de produtividade e 104 mil milhões a despesas associadas à falta de saúde mental.

Comparado com a média europeia, situada nos 34,6%, apenas 18,2% das empresas portuguesas têm planos de ação para combater o stress laboral, 42,8% das empresas portuguesas apresentam estratégias para lidar com possíveis casos de ameaças, insultos ou agressões (em comparação com 52,6% da média europeia) e 41,6% apresentam estratégias para lidar com possíveis casos de bullying ou assédio (em comparação com 46,3% da média europeia).