A diferença é um tema quente nos dias de hoje, por variadíssimas razões. Em contexto organizacional, a dinâmica de mudança constante e o ritmo alucinante vivido nas empresas, fez-nos diminuir o foco no desenvolvimento individual e reforçou a importância do atingimento de resultados (globais e individuais). Tempos difíceis resumem os negócios a números e objetivos que não ponham em causa o sucesso. Contudo, ao longo do tempo, temos vindo a ser alertados para a importância do desenvolvimento da pessoa enquanto peça fundamental no crescimento da companhia. Acreditamos que os diferentes estádios de carreira e inerentemente de desenvolvimento profissional dos colaboradores, estão diretamente relacionados com o sucesso e evolução da dinâmica organizacional, e não apenas com o indivíduo como um só. Diferentes líderes, de diferentes contextos de mercado,  têm vindo a partilhar connosco essa vontade e necessidade de adequar ferramentas e soluções às diferenças individuais de estado e evolução das pessoas nas suas estruturas. 

A experiência vivida nos últimos 2 anos, em que a lógica de trabalho mudou radicalmente e em que a distância física se tornou business as usual para todos, veio reforçar a necessidade de acompanhamento personalizado das nossas pessoas assim como a promoção da cultura organizacional “em casa” de cada um. Acredito também que o engagement, assim como a estratégia de retenção, de que tanto se fala nos dias de hoje, partem de um conjunto de ações e soluções que a empresa pode proporcionar aos seus colaboradores, dando-lhes a oportunidade de desenvolver individualmente competências que no conjunto promoverão a evolução da companhia. Desta forma, seja através de programas de mobilidade interna ou de desenvolvimento de carreira, o importante será personalizar estas soluções para cada colaborador e investir no desenvolvimento individual como chave para o sucesso das equipas. E neste desenvolvimento individual é fundamental incluir as necessidades de hoje, as necessidades reais dos profissionais: work life balance e bem-estar, identificação do propósito individual, networking, gestão do foco, etc. Partindo sempre das necessidades concretas das empresas: inclusão, desenvolvimento, agilidade, retenção, engagement, cultura. 

Acrescentando a esta visão, a responsabilização individual do colaborador ao longo de todo o processo. O indivíduo deverá ter papel ativo não só no desenho do caminho a percorrer, mas ao longo de todo o percurso. A individualização que a empresa poderá proporcionar ao seu desenvolvimento de carreira, deverá também ser encarada como um investimento do próprio. Nada se faz sem investimento, e não será apenas obrigatoriamente monetário, é fundamental investimento de tempo e de vontade; o querer evoluir e o querer participar activamente num caminho de sucesso para si e para a sua equipa, fará a diferença nesta forma de se preparar para o futuro. 

 

escrito por:
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inês casaca

rpo, outplacement, assessment & development and human consulting associate director na randstad portugal