0,82% gastos até hoje, 3 de janeiro. Sobram quase 100% de hipóteses de escrever uma nova história que começa com quatro dígitos: 2019.

Este é sempre o desafio. Começar um novo ano, não do princípio, mas recomeçar, gerir expectativas, manter o que é excelente, ultrapassar o que é bom e contrariar as adversidades. Acordar a motivação, treinar a criatividade e viver todos os dias como se fossem o último, mas acreditando que há amanhã e garantindo que o futuro também está lá.

Se o recomeçar é visto como uma oportunidade de ser ainda melhor, de ser ainda mais feliz, nunca como hoje tentamos eliminar o desconhecido e viver antes do tempo. O desconhecido que vamos procurando conhecer de forma cada vez mais exata, onde entram algoritmos e inteligência artificial, procurando que as empresas e os negócios sejam ainda mais inteligentes e que o incerto fique cada vez mais certo. Mesmo sabendo que o erro não se elimina vamos prever o amanhã, para que sejamos mais rápidos a responder e até para que tenhamos uma resposta.

Sem necessidade de recorrer a nenhum algoritmo, sabemos também que em 2019 a tão falada transformação de 2018 vai continuar. Não a destruir, mas a construir novas realidades, novas formas de nos relacionarmos. Há trabalhos que vão desaparecer, mais máquinas serão criadas, os robots estarão (ainda mais) nas nossas empresas e nas nossas casas, mas são as pessoas que vão continuar a ter o papel principal. E são também as pessoas o maior desafio. Os líderes que assumem o destino de grandes potências, os novos e os velhos, que serão maestros de um desejado equilíbrio e estabilidade mundial. A importância da democracia e dos acordos para que a harmonia impere, assim como o bom senso.

Por cá, a subida do salário mínimo já aconteceu, mas prevê-se que a “geringonça” continue a ter de lidar com greves e manifestações. A bolha da especulação imobiliária e do endividamento fazem lembrar outros tempos mais amargos e esperam-se medidas para acalmar este excesso de consumismo, ou melhor dizendo, de optimismo.

Se estes são os ventos externos, cabe-nos a nós manter a mente agile, a capacidade de pilotar experiências e de demonstrar que Portugal é uma aposta ganha e não uma moda passageira. Estratégias concretas de atração e retenção de talento e um programa de employer branding nacional que acompanhe o investimento e a criação de postos de trabalho no nosso país.

Sem promessas de virmos a ser o “uber” dos recursos humanos, 2019 vai ter muitas novidades. O YouPlan que revoluciona a forma de comunicar entre as empresas e os trabalhadores na gestão de horários e turnos vai ter mais funcionalidades. Uma solução de inteligência artificial vai permitir aos candidatos realizar a entrevista no horário que pretenderem, garantindo uma melhor experiência. Jogos que analisam o verdadeiro potencial dos talentos e uma ferramenta que me permite conhecer o número de profissionais de cada região, a sua situação profissional e até fazer previsões a três meses. Tecnologia que não substitui o valor das nossas pessoas, mas que as permite ser ainda melhores.

Vamos também estar mais perto, dar a conhecer a atractividade dos sectores para trabalhar, qual a proposta de valor e como podem desenvolver o seu employer brand. Da mesma forma vamos nos sentar com os profissionais para analisar as principais tendências da gestão de pessoas e apresentar dados sobre rotatividade de emprego, o que move os talentos e como vêem a sua carreira profissional. Vamos também este ano às escolas saber o que querem ser as nossas crianças e ajudar os pais neste caminho que é feito de competências e de escolhas.

Queremos estar mais perto, partilhar cada vez mais o que sabemos, encontrar talentos, encontrar empregos, fazer esta ligação que é muito mais do que uma relação contratual. São experiências de vida, que se traduzem em conhecimento, em amigos, em momentos que não esquecemos. Queremos fazer parte da vida das pessoas e contribuir para um mundo do trabalho cada vez melhor.

Aos nossos desejos, partilho também o meu desejo de que este seja um ano marcante, com saúde e felicidade, com sucesso profissional mas com muitos momentos em família e amigos, porque é só com este equilíbrio que a vida vale mesmo a pena.

Bom ano!

José Miguel Leonardo, CEO Randstad Portugal