Os contact centers continuam a ser essenciais para o envolvimento dinâmico com o cliente. Foi a forma como as empresas organizam processos e pessoas, para proporcionar experiências gratificantes aos clientes, e como gerem o compromisso dos colaboradores que mudou na última década.

Antigamente, a maneira preferida de se envolver com uma empresa era pegar no telefone, tanto para a empresa como para o cliente. Hoje, os contact centers transformaram-se em centros omnicanal de interações inteligentes, onde pessoas, robôs e tecnologia trabalham lado a lado. Patrick Maes, head de Consultoria de Clientes, Vendas e Marketing, da KPMG Bélgica, avança quatro elementos-chave que vão impulsionar o futuro do sector.

 

1. Canais adotados para o contexto de envolvimento

O tipo de interação que um cliente procura depende de variáveis como a literacia digital, o acesso a canais digitais, o tipo de assunto e o contexto emocional em que chega à empresa.

Estudos indicam que as interações digitais e assíncronas tornaram-se agora o modelo preferido de envolvimento dos nativos digitais e daqueles com bons conhecimentos digitais. Estes encontram naturalmente o seu caminho para portais, aplicações e websites e criam perfis de utilizadores e logins sem dificuldade. Conseguem gerir documentos, encomendas, faturas e pagamentos, utilizando o dispositivo da sua escolha sem qualquer apoio ou usando as funções de ajuda disponibilizadas.

Quando têm dúvidas, a sua primeira linha de ação será consultar a secção FAQ no website, utilizar canais sociais, ou contactar a empresa através de chat com um bot ou agente. O correio eletrónico continuará a estar presente, mas raramente será o canal preferencial. Envolver-se numa conversa ao vivo é um acontecimento excecional, que só ocorre quando todos os outros canais falham.

Estes meios de interação modernos não abrangem clientes menos confiantes digitalmente ou que não tenham acesso fácil aos canais digitais. É um grupo crescente de pessoas de todas as faixas etárias que, por falta de dinheiro ou formação, não participam na sociedade digital.

Noutros casos, a utilização de apoio em direto pode ser desencadeada pela necessidade de falar com outro ser humano - como foi observado durante a pandemia -, por requisitos específicos de produtos ou serviços.

Os clientes podem apresentar vários padrões de preferência de envolvimento, dependendo da situação, do produto ou mesmo da hora do dia.

 

2. Interações inteligentes

A disponibilidade de dados sobre clientes, combinada com uma vasta gama de novas ferramentas, torna as interações inteligentes uma prática cada vez mais comum. Conversas diretas, chamadas telefónicas, bots, algoritmos e plataformas interligadas permitem gerar uma visão única do cliente.

As empresas precisam também de captar uma multiplicidade de sinais que os clientes e sistemas geram, de modo a prever as suas necessidades de apoio e possíveis ações de seguimento, da compra de um novo produto ao lançamento de uma reclamação ou deixar a empresa como cliente. Isto é crucial para criar uma experiência de cliente sem falhas e proporcionar valor acrescentado.

Compreender o tipo de canal a utilizar e o tipo de experiência a entregar são os fatores-chave para contact centers e operações modernas de serviço ao cliente.

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3. Colaboradores felizes e capazes

Durante muito tempo, os call centers foram rotulados como centros de stress, tanto para clientes como para colaboradores. Porém, nos contact centers e equipas de atendimento ao cliente modernos, os níveis de stress dos colaboradores são significativamente reduzidos, resultado de melhor tecnologia, maior capacitação na resolução de problemas iniciais e uma mistura equilibrada de tarefas rotineiras e mais desafiantes.

A utilização de soluções eficientes de encaminhamento de chamadas para combinar agentes de contacto e centros de serviço com as capacidades e experiências certas para lidar com clientes com necessidades específicas é uma forma eficaz de aumentar a resolução de problemas. Isto permite também disponibilizar aos agentes de contacto e de serviço uma variedade nos tipos de questões que lidam, combatendo assim o tédio e o stress.  

Um elemento importante que pode capacitar ainda mais os colaboradores é a Visão do Cliente em Tempo Real, que mostra todas as interações com o cliente no passado, uma visão geral das encomendas, chamadas, visitas a websites e conversas nas redes sociais. Exige o desenvolvimento de uma «cabine de comando» para o agente de contacto ou serviços - uma consola virtual que combina a Visão do Cliente em Tempo Real com acesso aos sistemas subjacentes para iniciar ações, ordens de trabalho, trocas de produtos e envio de documentação com um único clique, sem a necessidade de alternar entre sistemas ou de se envolver numa administração complexa.

Uma vez que colaboradores felizes levam a clientes felizes, o desenvolvimento de uma experiência atualizada de dados e tecnologia, com espaço suficiente para interações gratificantes, deve estar na agenda de cada organização. 

 

4. Utilização híbrida de canais

Há uma série de diferentes canais à disposição dos contact centers e dos clientes, desde chamadas e aplicações de chat ao WhatsApp, redes sociais e vários portais de clientes. No mundo digital atual, as conversas podem começar via chat, passar para uma chamada telefónica e ser resolvidas numa plataforma digital onde o consumidor encomenda um produto ou serviço.

Os clientes tendem a utilizar todos estes canais como entenderem e muitas vezes alternam entre eles para resolver problemas, ou para encontrar informações adicionais sobre produtos ou serviços. Isto exige ligações contínuas entre os vários canais, clientes e ferramentas de seguimento de conversas. Gerir estas interações sem falhas e acompanhar o trajeto unificado do cliente através dos canais é um dos desafios que as organizações cada vez mais enfrentam.