O que queres ser quando fores grande?

Se recuarmos à nossa infância podemos afirmar que esta é certamente uma das perguntas que mais ouvimos enquanto crianças. Do nosso imaginário faz parte querer ser professora, bailarina, polícia ou astronauta. No fundo, aquilo que dizíamos querer ser era na verdade o espelho daquilo que nos fazia realmente felizes enquanto crianças. E hoje, enquanto adultos, quando olhamos para a nossa carreira e para a nossa vida profissional, não faz também sentido que a minha profissão e o meu trabalho me façam feliz? 

É verdade que alguns de nós perseguem esses sonhos e chegam de facto a ser o que diziam querer ser. Outros reconhecem que era apenas uma ideia de criança… Acredito que hoje a forma como olhamos para a nossa carreira é também isso mesmo - é perseguir um sonho, mas é, ao mesmo tempo, ser capaz de perceber que o caminho que pensávamos querer seguir não nos faz mais sentido. E a sorte é que vivemos numa altura em que isso nos é possível! O conceito de emprego para a vida já não existe. Hoje existem projetos, existem ambições e existem sonhos que podemos concretizar. Cabe-nos a nós profissionais perseguir esses sonhos e criar oportunidades para os realizar. 

Falo de criar oportunidades mas de reconhecer igualmente que esse caminho é feito de desafios, de frustrações e que exige esforço e dedicação. Mas acredito também que as empresas têm aqui a sua quota parte de responsabilidade e os resultados do Randstad Employer Brand Research 2022 dizem exatamente isto. Empresas atrativas são muito mais do que as que oferecem melhores salários, são aquelas que oferecem benefícios que vão muito além da remuneração no final do mês. É claro que nunca podemos ignorar o salário. Desengane-se quem diz que este não é importante; é e acredito que sempre será um dos principais critérios de atração e também de retenção que as organizações não devem ignorar. Mas empresas atrativas são igualmente aquelas que contribuem para a felicidade das suas pessoas, e essa felicidade constrói-se contribuindo para o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional e também através de oportunidades de desenvolvimento, dois dos critérios mais importantes na decisão de emprego para os profissionais portugueses, de acordo com o estudo deste ano. 

Por isso, falar em felicidade no trabalho não pode ser uma utopia. Tem que fazer cada vez mais parte da agenda das empresas como um tópico altamente estratégico. E mais do que isso, os profissionais têm que conseguir reconhecer o esforço que está a ser feito pelas organizações para contribuir para a sua felicidade. Por isso é que  falar de employer branding não pode ser uma moda do mundo trabalho dos dias de hoje. Porque falar de employer branding é conseguir criar um impacto positivo enquanto empresa e enquanto marca empregadora e isso tem um efeito real na atração e na retenção mas também na felicidade!

E se de repente, aos 30, quiser ser bailarina? Porque não?

escrito por:
this is a woman
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joana semedo

marketing & communications consultant, randstad portugal