A Galp tem vindo a trabalhar no desenvolvimento de uma cultura de trabalho que privilegia a responsabilidade, a autonomia e a meritocracia, e promovendo uma estratégia de Pessoas muito mais integrada com o negócio. «Temos uma cultura colaborativa e inquieta, cada vez com mais vontade de impulsionar a mudança e a transformação no mundo da energia.»



Quais os pilares estratégicos da vossa política de Recursos Humanos?

Nos últimos três anos, temos vindo a trabalhar no desenvolvimento de uma cultura de trabalho que privilegia a responsabilidade, a autonomia e a meritocracia. Queremos desenvolver um ambiente onde os nossos profissionais possam fazer o seu melhor e mais criativo trabalho. Para isso, reposicionamos nossa equipa na Direcção de Pessoas, de forma a trabalhar uma estratégia de “pessoas” muito mais integrada com nosso negócio.



E como é que concretizam essa intenção?

Tudo o que fazemos está ao serviço de estratégia de negócio. Na génese do nosso roadmap fizemos um amplo processo de auscultação, contando com o envolvimento de centenas de líderes e colegas na organização. Desse processo saíram algumas linhas estratégicas que nos permitiram redefinir os valores que são mais importantes na execução de nosso plano e identificar as principais alavancas de mudança nas quais tínhamos que actuar. Mas este alinhamento da Gestão de Pessoas com a estratégia de negócio não é um evento, mas sim um processo contínuo de diálogo e envolvimento com os nossos clientes e parceiros internos e externos.



Quais são os principais desafios que enfrentam actualmente em termos de Gestão de Pessoas?

Temos uma empresa num processo de expansão internacional e transformação significativos. Estas mudanças exigem redobrada atenção em várias áreas, como: novas competências técnicas e comportamentais; uma maior abertura ao mundo; maior colaboração e novas formas de trabalho; uma estrutura mais simplificada e ágil; um maior equilíbrio entre inovação incremental e disruptiva; e uma cultura cada vez mais diversa e inclusiva.



Quais as prioridades que assumem neste âmbito?

O nosso trabalho tem vindo a centrar-se muito na gestão de todas as alavancas e ferramentas de Recursos Humanos – recrutamento, gestão do desempenho, recompensa e reconhecimento, desenvolvimento, aprendizagem, etc –, de uma forma integrada e coerente com o impacto que queremos ter no processo de evolução de organização. Mais do que simplesmente fazer muitas coisas, queremos assegurar que aquilo que fazemos é consistente e integrado com a nossa estratégia.



Como estão a dar resposta à crescente “guerra” pelo talento?

A guerra pelo talento não é algo novo. Portanto, tudo aquilo que fazemos visa, há já algum tempo e entre outras coisas, responder à necessidade crescente de atrair e manter o melhor talento nos nossos mercados. Acreditamos que uma das vertentes mais importantes é a criação de uma cultura de trabalho realmente diversa e inclusiva, onde todos os tipos de talento sintam que se podem integrar e contribuir para o desenvolvimento de uma missão única e apaixonante.



Quais os perfis que têm maior dificuldade em contratar?

De uma forma geral, os maiores desafios têm sido nos perfis de alta-gestão, onde procuramos profissionais que, além de competências técnicas profundas, precisam demonstrar uma forte capacidade de liderança, e em alguns perfis tecnológicos, onde a disputa é acirrada e a disponibilidade baixa.



Como estão a dar resposta a esses desafios?

Por um lado, através do fortalecimento de nossa equipa e das competências em “Talent Acquisition”, não só na Direcção de Pessoas, mas em toda a organização; por outro, através do investimento na visibilidade da nossa marca e dos desafios e oportunidades únicas que a empresa pode oferecer.



Que características privilegiam nas vossas pessoas?

Procuramos profissionais equilibrados, que demonstrem características pessoais e profissionais excepcionais: a capacidade cognitiva deve vir aliada à inteligência social e emocional. Queremos pessoas que tenham curiosidade e vontade de aprender, e que sejam colaboradores naturais, mas que também tenham forte enfoque nos resultados; que sintam orgulho em fazer acontecer e em encontrar novos caminhos e soluções inovadoras para os nossos desafios. Integridade, confiança e visão sustentável de longo-prazo também são características fundamentais para a nossa organização. 



O que diria que distingue a vossa cultura e que vos torna um bom local para trabalhar?

A Galp é uma empresa com uma grande história e uma forte reputação em termos de desenvolvimento de Pessoas, em Portugal e já em alguns dos mercados internacionais onde estamos presentes. Mas o que acho que torna a nossa casa única é que há muito poucas organizações com a projecção de crescimento e transformação que aqui temos. Temos uma cultura colaborativa e inquieta, cada vez com mais vontade de impulsionar a mudança e a transformação no mundo da energia, e qualquer profissional que aqui estiver nesta etapa vai ser um arquitecto deste processo de transformação e expansão.

 


Paulo Pisano, Chief People Officer do Grupo Galp

  




Créditos

Fotografia - Nuno Carrancho_NC Produções