De acordo com o Barómetro de Risco Allianz 2019, a interrupção de negócios (incluindo a suspensão de cadeias de fornecimento), e incidentes cibernéticos (ataques informáticos, violação de dados e sanções, entre outros) são os dois principais riscos que as empresas em Portugal enfrentam. Mas há mais. E tanto podem ser físicos (incêndios ou tempestades) como virtuais, ou ocorrer de forma acidental ou premeditada.

A interrupção de negócios foi referida por 39% dos especialistas inquiridos pela Allianz, e os incidentes cibernéticos por 36%. Ao top 3 junta-se as catástrofes naturais (33%), seguida da evolução do mercado (31%). O quinto lugar é partilhado pelas mudanças de legislação e regulamentação, pela evolução macroeconómica e novas tecnologias, todos com 18% das respostas. No final do Top 10 surgem as alterações climáticas /aumento da volatilidade do clima (15%), os incêndios/explosões (15%) e retirada de produtos, e gestão de qualidade e defeitos em série (15%).

A nível global, o Barómetro de Risco Allianz revela que os incidentes cibernéticos são equiparáveis à interrupção de negócios (ambos com 37% das respostas), como os principais riscos de negócio. Na sequência dos episódios de violação de dados e escândalos de privacidade, e a introdução de regras de proteção de dados mais rígidas na União Europeia e noutros países, aumentou a preocupação com o risco cibernético. 

O crime cibernético custa actualmente cerca de 600 mil milhões de dólares por ano (aumentou de 445 mil milhões, em 2014). Este valor pode ser comparado a uma perda económica média de 10 anos causada por catástrofes naturais de 208 mil milhões, cerca de três vezes mais.

Não obstante, a interrupção de negócios continua a ser a principal ameaça para as empresas em todo o mundo, pelo sétimo ano consecutivo, e é o maior risco em países como os EUA, Canadá, Alemanha, Espanha, Itália e China.
O estudo revela que os cenários potenciais de interrupção de negócios estão a tornar-se cada vez mais diversificados e complexos, numa economia conectada a nível global, incluindo a desagregação dos principais sistemas de TI, retirada de produtos ou problemas de qualidade, terrorismo ou distúrbios políticos ou poluição ambiental.

Já as alterações climáticas (8.º lugar, com 13% das respostas) e a falta de mão-de-obra qualificada (10.º lugar, com 9% das respostas) estão entre os factores que mais progrediram a nível mundial, em 2018. Ao mesmo tempo, as empresas estão mais preocupadas, de ano para ano, com as alterações na legislação e regulamentação (4.º lugar, com 27% das respostas).

O oitavo estudo anual sobre riscos globais de negócios da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS) inclui as opiniões de 2415 especialistas de 86 países, incluindo CEOs, gestores de risco, corretores e especialistas em seguros.