Em contagem decrescente para mais um final de ano é altura de balanços, reflexões e até de alguma introspecção. Damos por nós a pensar no que fizemos, no que não fizemos, no que devíamos ou não ter feito. É tempo de desejos, de pedidos, das promessas e resoluções que teimamos em escrever, mas que infelizmente na maior parte das vezes não estamos preparados para sequer as conseguir fazer cumprir.

De algum modo é possível, por alto, avaliar se foi um ano bom ou mau, se os sucessos superaram os insucessos, se contribuímos mais ou menos para os objectivos que nos propusemos, se entregámos à sociedade aquilo que seria expectável de um bom cidadão, se demos sem cobrar de volta, se passámos tempo de qualidade com aqueles que nos são mais queridos. Quantas vezes já se deparou com este rol de perguntas que por mais voltas que dê, não consegue efectivamente medir o impacto que as suas acções tiveram ao longo de 365 dias? 365 dias, 8765 horas… Como foi o seu ano?

E eis que surge a brilhante resposta, tempo! Ou a falta dele. A falta de tempo é desculpa para tudo aquilo que não faz parte da nossa lista de prioridades, para tudo aquilo que até pensámos que gostávamos de fazer e até queríamos mesmo fazer, mas que infelizmente nunca é prioridade naquele momento. Depois de uma retrospectiva de 2018, quantas foram aquelas promessas que ficaram por cumprir por falta de tempo? 

“O tempo é o recurso mais escasso; e se não for gerido nada mais pode ser gerido” Peter Druker, 1967. 

É no tempo, com tempo, que nos conformamos, como profissionais e como pessoas. O desafio da gestão de tempo impacta, para além de todos nós como indivíduos, as organizações. Não é só nem apenas uma questão de produtividade pessoal, cada vez mais deve ser encarada como um assunto organizacional. 

Num relatório realizado pela Mckinsey, 2011 a 1.374 executivos em matéria de gestão de tempo, 9% encontrava-se muito satisfeito com a sua alocação de tempo, 58% moderadamente satisfeitos, 33% muito insatisfeitos, sendo que, 48% não estavam focados sequer nas prioridades estratégicas da sua organização. Os novos modos de trabalho revelam que a nossa disponibilidade é 24/24, mas sempre a horas convenientes. 

Actividades como, planear, delegar, estabelecer objectivos, monitorizar, organizar, calendarizar e priorizar ajudam a conseguir uma melhor ou mais eficaz gestão do tempo. 

2018 já não volta, mas está ao nosso alcance poder mudar no ano que vem. Assim, lanço o desafio para o novo ano que dentro em breve se inicia: seja realista, objectivo, prático e sensato. Com alguns pozinhos de equilíbrio e de harmonia defina as suas resoluções para 2019.  
Espero não o ter feito perder tempo. Contamos consigo para o ano! Boas festas.

 

Érica Alves Pereira, Business Unit Manager, Professionals da Randstad Portugal