Quantas vezes é que a sua empresa ficou para trás devido à incapacidade de ter o talento certo para aproveitar as oportunidades? O «2018 Talent Trends Report», da Randstad, deixa algumas pistas para evitar que isso volte a acontecer.







Para este estudo, a Randstad inquiriu 800 executivos de topo e líderes de capital humano, de 17 países, estando representados diversos sectores (da banca e serviços financeiros até à tecnologia, passando pelos bens de consumo, entre outros). Com base nas suas respostas, identificou as 10 principais tendências no talento em 2018.







1 – O talento é agora indissociável da estratégia de negócio



Uma das tarefas mais difíceis para as organizações de hoje é assegurar que o negócio tem os recursos adequados para executar a sua visão. Existem muitas razões para estes obstáculos – falta de competências, aumento da concorrência, recrutamento ineficaz – mas a causa geral é, muitas vezes, um simples desalinhamento estratégico.



Para alinhar a estratégia de talento com as necessidades de negócio, os responsáveis de Recursos Humanos devem: passar pelo cargo de CEO; não ser um parceiro silencioso; desenvolver uma estratégia baseada em provas; procurar feedback regularmente; e saber quais os planos a um, cinco e 10 anos.







2 – As expectativas dos líderes de talento aumentam



Os líderes de talento estão a ter um papel crescente nas organizações. Segundo a Harvard Business Review (HBR), o papel do chief human resources officer (CHRO) deverá ser procurado por todos os que querem aumentar as suas competências. De facto, como as pesquisas indicam, o CHRO pode influenciar mais a organização do que qualquer outro cargo que reporte ao CEO. Também indica as expectativas ascendentes que os líderes de tipo têm dos seus líderes de talento.



Para assumir este “protagonismo” e impressionar os executivos de topo, devem: estar um passo à frente; pensar como um executivo de negócios; transformar ou fazer mudanças modestas; compreender e gerir expectativas; e lutar pelos recursos necessários.







3 – Melhorar a qualidade do talento torna-se uma prioridade



Se perguntarmos aos líderes de Recursos Humanos e de aquisição de talento como irão satisfazer a procura de talento das suas empresas, a maioria irá citar números sobre tempo de contratação, taxas de retenção ou outras medidas indirectas. Mas estas métricas não indicam exactamente se as contratações correram bem. E certamente não oferecem feedback sobre a melhor forma de melhorar a eficiência do recrutamento.



Para melhorar a qualidade do talento, o estudo sugere: começar a analisar resultados; defina claramente a qualidade; compare os melhores colaboradores; não negligencie a qualidade antes das contratações; e envolva os responsáveis pelas contratações.







4 – Os empregadores tentam criar uma vantagem substancial



Uma das formas mais eficazes de melhorar o desempenho organizacional é melhorar o envolvimento do talento. Isso pode ser feito ao criar-se uma experiência no local de trabalho altamente gratificante e focada no talento que esperam recrutar e nos colaboradores actuais. Para algumas empresas, a experiência no local de trabalho tornou-se tão fundamental que criaram cargos especificamente para lidar com a questão.



Obter feedback sobre o que é importante; assegurar um ambiente cordial.; reforçar o valor da missão dos colaboradores; comunicar com o talento; e obter colaboração em toda a empresa, são cinco formas de criar uma melhor experiência de candidato.







5 – A complexidade aumenta com a ascensão do talento independente



A maior parte dos empregadores está a passar por um período de transformação marcado por uma complexidade crescente. A ascensão dos colaboradores independentes, dos contratos por trabalho e de outro talento contingente, juntamente com a proliferação da Inteligência Artificial (IA) e dos robôs, está a testar as noções tradicionais da força de trabalho. Para os líderes de talento, compreender como aproveitar melhor todos estes recursos tornou-se um desafio a sério.



Definir os benefícios: não apressar a viagem; definir os stakeholders; saber o que não se sabe; e definir objectivos claros são maneiras de desenvolver um modelo holístico de talento.







6 – A IA, aprendizagem das máquinas e robótica começam uma revolução



À medida que os avanços na robótica e na IA aceleram, cresce a apreensão para algumas pessoas dos Recursos Humanos. Existem grandes oportunidades para aumentar a produtividade através de investimentos em tecnologia, mas deve perceber-se como a tecnologia encaixa na estratégia de talento. 



Conhecer as últimas inovações; falar com outros líderes funcionais; criar um comité consultivo; pensar em mais do que os ganhos económicos; e liderar em vez de seguir, são formas de o alcançar.







7 – O toque humano é a vantagem competitiva



No panorama de tecnologias de Recursos Humanos, em desenvolvimento constante, uma coisa permanece inalterável: o inigualável poder da empatia humana no mundo da aquisição de talento. E esta qualidade não será substituída pela IA ou pelos robôs num futuro próximo. 



Para personalizar a gestão de candidatos, deve-se: aproveitar a tecnologia para criar uma ligação; personalizar à medida que o funil fica mais estreito; avaliar a inteligência emocional da equipa: levar a cabo inquéritos de acompanhamento; e prestar atenção aos que ganham medalhas de prata.







8 – Acelera a “consumerização” da tecnologia



A tecnologia dos consumidores tornou-se acessível, prevalente e impactante nas suas vidas. E essa tendência está a passar para o local de trabalho à medida que os programadores tentar imitar a mesma experiência para os profissionais. Apesar desta mudança, muitas empresas continuam a não conseguir oferecer uma experiência semelhante à do consumidor nas suas ferramentas de escritório. 



Para simplificar essas ferramentas, tornando-as mais centradas nos utilizadores, sugere-se: devem ser intuitivas; imitar os líderes; não complicar em demasia; torná-las colaborativas; e pedir a opinião aos utilizadores.







9 – Os negócios tornam-se universidades



Há uma mudança a decorrer no mundo da aprendizagem e desenvolvimento empresarial. Após anos a desenvolver cursos e conteúdos com custos altos, o mercado explodiu com muitas alternativas de baixo custo como a Lynda.com, a Udemy e outras. Até os fornecedores de gestão de aprendizagem estão a afastar-se de plataformas tradicionais para tecnologia vídeo, segundo Josh Bersin, analista do sector, citado no estudo.



Neste contexto, os líderes de talento devem concentrar-se na restruturação da força de trabalho, e protegê-la. Cinco formas de envolver a força de trabalho através de aprendizagem e desenvolvimento são: torná-la flexível e divertida; partilhar os conhecimentos; levá-la de novo para a escola; torná-la parte da cultura da empresa; e pensar em pagar por ela.







10 – A perspicácia torna-se mais indispensável



No ano passado, Josh Bersin lançou um estudo que reporta que as organizações que usaram ferramentas analíticas de Recursos Humanos de formas sofisticadas e intuitivas experimentaram lucros a três anos 82% mais altos do que as que não o fizeram. É por isso que de deve investir em ferramentas de analítica para o talento, porque melhora os resultados empresariais. 



Organizar com mais precisão; dar aos líderes de contratação mais dados; trabalhar em tempo real; prever com confiança; e obter informações a partir das ferramentas certas, são cinco formas de melhorar o negócio com ferramentas analíticas.







Numa altura em que, cada vez mais, as empresas vivem uma “guerra” pelo talento, estar atento e, mais do que isso, antecipar, estas tendências, será quase como que uma questão de sobrevivência.