Os colaboradores atribuem uma crescente relevância ao trabalho voluntário feito pelas empresas em prol da sociedade e mostram-se disponíveis para fazê-lo. Esta é a principal conclusão do estudo Randstad Workmonitor, relativo ao 3.º trimestre do ano, que se dedica à identificação de tendências ao nível da responsabilidade social e voluntariado das empresas.

A importância da realização de trabalho voluntário não remunerado é uma realidade reconhecida por 71% dos portugueses, um valor acima dos 65% assumidos pelo total de inquiridos do Randstad Workmonitor. Índia, México e Malásia lideram esta lista de opiniões com 87%, 84% e 82%, respetivamente. Este último é o país com maior destaque ao longo de todo o relatório, obtendo resultados acima dos restantes inquiridos em praticamente todos os indicadores avaliados.

Apesar destes elevados valores, apenas 34% dos participantes a nível global afirmaram realizar, efetivamente, atividades de voluntariado não remunerado fora do horário de trabalho. Em Portugal este número é ainda menos expressivo, com 22% de respostas afirmativas. Um enorme contraste face aos 66% revelados pela China, por exemplo. A garantia de tempo livre remunerado revela-se, no entanto, um fator de incentivo para a realização de voluntariado. 76% dos inquiridos portugueses dizem estar disponíveis para o fazer com essa contrapartida. Disponibilidade essa partilhada com quase todos os participantes no estudo, com destaque para China, Chile, Índia, Malásia, México e Estados Unidos, todos acima dos 80%. 



Voluntariado é ainda pouco incentivado pelos empregadores portugueses



A postura dos empregadores face ao voluntariado não remunerado foi outro dos parâmetros aferidos pelo Randstad Workmonitor. Questionados sobre se o seu empregador os encoraja a fazer voluntariado fora do horário de trabalho, apenas 24% dos inquiridos nacionais responderam afirmativamente. O índice mais baixo de respostas pertence neste caso à Dinamarca, com 13%, face a uma liderança de 51% na Índia. 

No universo dos empregadores que permitem aos seus colaboradores a realização de trabalho voluntário em troca de tempo livre remunerado, 19% fá-lo em troca de trabalhos escolhidos pela própria empresa e 18% permitem que seja o colaborador a escolher a iniciativa em que se envolve. Em ambos os indicadores, Portugal revela uns tímidos 11% de participações. China e Índia destacam-se mais uma vez com valores a rondar os 50% e os 43%, respetivamente, no primeiro indicador e 45% e 49% no segundo. 



Empresas socialmente responsáveis valorizadas por trabalhadores



O desejo dos trabalhadores em pertencer a uma empresa que possua um programa de responsabilidade social corporativa é transversal a todos os inquiridos. Com uma média de respostas situada nos 79%. Portugal situa-se bem próximo, com 72%, um valor que apesar de elevado é o segundo mais baixo no universo dos países participantes no estudo, superado apenas pela Dinamarca com 67%.

Em média, 58% dos inquiridos consideram até a participação em iniciativas de caridade como um critério importante na procura de um novo desafio profissional. Em Portugal, este critério é tido em consideração por 62%. Apenas o Japão e a Suécia ficam abaixo da linha dos 40%, com taxas de 36 e 38%, respetivamente.

Através do relatório deste trimestre é possível ainda perceber que a atitude das empresas face a este tipo de trabalho está a tomar proporções consideráveis. 53% dos participantes do Randstad Workmonitor afirmam que o seu empregador apoia pelo menos uma causa solidária. Valor que Portugal suplanta, com 55%, e no qual se destacam, uma vez mais, Índia (77%) e Malásia (73%).



Diversidade no local de trabalho



E as mudanças não se ficam por aqui. No que diz respeito à diversidade no local de trabalho, 70% afirma que o seu empregador deseja que a força de trabalho na sua equipa reflita a diversidade existente dentro do mercado local e nacional. Em Portugal, as respostas positivas neste indicador rondam os 64%. Já a República Checa destaca-se enquanto valor mais baixo, com 37%.

Neste contexto, apenas 48% dos portugueses afirma ter efetivamente uma política de inclusão no local de trabalho. Bastante atrás da realidade malaia que se destaca e se fixa nos 69%.



Aceda ao relatório completo do Randstad Workmonitor em https://www.randstad.com/workforce-insights/global-hr-research/randstad…









O Randstad Workmonitor



O estudo Workmonitor da Randstad foi lançado na Holanda em 2003, depois foi implementado na Alemanha, e agora cobre 33 países em todo o mundo. O último país a entrar foi Portugal em 2014. O estudo engloba a Europa, Ásia-Pacífico e as Américas. O Randstad Workmonitor é publicado quatro vezes por ano, fazendo com que as tendências de mobilidade sejam visíveis a nível local e global. 



O índice de mobilidade do Workmonitor, que traça a confiança dos funcionários e captura a sua probabilidade de mudar de emprego nos próximos 6 meses, fornece uma compreensão real dos sentimentos e tendências no mercado de trabalho. Para além da mobilidade, o estudo compreende a satisfação e a motivação pessoal, assim como um conjunto de perguntas temáticas.



O estudo é realizado online entre funcionários com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, que trabalham o mínimo de 24 horas por semana num emprego pago (não trabalhadores por conta própria). O mínimo é de 400 entrevistas por país. O Survey Sampling International (SSI) é utilizado para fins de amostragem. O primeiro inquérito de 2018 realizou-se entre 10 e 26 de janeiro de 2018.



Os dados sobre os países estão disponíveis no Global Graphs & Slides em:  https://www.randstad.com/workforce-insights/global-hr-research/randstad…;